Texto: Salmo 123
“Assim olhamos para ti, ó Senhor, nosso Deus, esperando que tenhas compaixão de nós. Tem compaixão de nós, ó Senhor!” (Sl 123.2,3)
Uma das imagens sobre a Igreja e a religião cristã muito presentes na cultura popular é a do Deus sisudo, que vigia, observa e pune. Assim, muitas vezes a figura de um pastor ou padre lembra “puxão de orelha”. Ir à igreja significa ouvir repreensões e moralismos. E a vida diária tem de ser exemplar, em uma espécie de escada que subimos rumo à perfeição.
Mas, talvez, parte da culpa seja dos próprios cristãos. Pois é exatamente essa imagem de Deus que é transmitida em muitas das ações mais visíveis da Igreja. Por vezes, a igreja apresenta um deus pronto só para condenar, cujo maior interesse é o dízimo, que grita e faz espetáculo, que está esperando para punir você.
O autor do Salmo 123 traz uma imagem diferente de Deus, a qual é precisa e verdadeira. Ele pede a Deus que tenha compaixão dele e diz: “Assim olhamos para ti, ó Senhor, nosso Deus, esperando que tenhas compaixão de nós. Tem compaixão de nós, ó Senhor!” (Sl 123.2,3).
E a compaixão de Deus vem do seu amor. Essa é a essência de Deus. Ele é tardio em se irar e pronto para amar. Ele não tem qualquer alegria em ver o pecado, mas ele tem a maior alegria que se pode imaginar em chegar perto de um coração arrependido que pede pela sua compaixão e seu amor.
Deus ama tanto o ser humano, que se fez um deles. Jesus Cristo mostrou o amor de Deus encarnado, disposto a ir às últimas consequências para salvar a humanidade. Ele chama para si, por meio da fé no Filho, os seus Filhos, para um relacionamento de compaixão, perdão, amizade e constante presença.
Essa não é apenas uma imagem. Esse é o Deus bíblico, o Deus real, Deus verdadeiro. Esse é o Deus que pode e deve ser refletido em nosso crer, nosso confessar e ensinar. Refletido em nosso viver.
Oremos: Senhor Jesus, ensina-me todos os dias a refletir ao mundo o Deus verdadeiro e real, o Deus que é amor. Amém.