Quase

   
Para: Quarta-feira, 05 de setembro de 2018

Leia em sua Bíblia: Deuteronômio 30.15-20

“Se vocês obedecerem aos mandamentos do Senhor, nosso Deus, que hoje eu estou dando a vocês, e o amarem, e andarem no caminho que ele mostra, e cumprirem todas as suas leis e todos os seus mandamentos, vocês viverão muito tempo.” (Dt 30.16)

Quem já viu um jogo de futebol sabe que, na busca do gol, muitas vezes a bola bate na trave e vai para fora. Numa situação dessas, às vezes se diz que a bola “quase entrou”. Mas, como a bola saiu, de nada adiantou bater na trave.

Isto se aplica muito bem aos mandamentos de Deus, que podem ser resumidos em “amor a Deus e amor ao próximo”. Muita gente pensa que o simples fato de Deus entregar a sua lei significa que o ser humano é capaz de cumprir os preceitos da lei. O apóstolo Paulo nega esta possibilidade ao dizer que “a lei faz com que as pessoas saibam que são pecadoras” (Rm 3.20).

Assim, apenas com uma boa dose de hipocrisia ou falta de senso de realidade alguém poderá dizer que sempre faz tudo o que a lei de Deus exige. Poucas pessoas serão tão pretensiosas. Dificilmente alguém se arriscará a dizer que sempre amou a Deus acima de todas as coisas e colocou o próximo em primeiro lugar. Mas é neste momento que entra em cena o quase: “quase sempre fazemos o que Deus espera de nós”. Mas, como não existe “quase gol”, também não existe “quase perfeição”. Por quê? Porque existe um mandamento que é humanamente impossível de ser cumprido. É o mandamento de amar a Deus e andar nos seus caminhos (Dt 30.16). Acontece que temos muitos outros deuses em nossa vida, a começar pelo deus do “eu”. E se quebramos o mandamento do amor a Deus, precisamos ouvir: “Quem quebra um só mandamento da lei é culpado de quebrar todos” (Tg 2.10).

Diante disso, faz mais sentido abrir mão do “quase” e confessar o “nunca”. “Eu de mim não cumprirei nunca, ó Deus, a tua lei; por mais zelo que tiver, por mais pranto que verter, nada poderei pagar; tu, só tu, me vens salvar”. A isto podemos acrescentar nossa confissão do “sempre”: em Jesus sempre temos perdão, se o pedirmos.

Oremos: Senhor Jesus, permite que, em fé, eu possa dizer: por mim mesmo não posso cumprir a tua lei e, por isso, venho me refugiar em ti. Amém.